Ainda estou com areia, acabado de assistir Loin de Là, dos franceses do Ex-Nihilo, na praia mesmo, junto ao Canal 5, performance que vai se repetir neste domingo, às 17h30, no mesmo local.
Vale a pena ver, ainda mais no último dia de Bienal Sesc de Dança. Por quê? Primeiro porque não é todo o dia que se vê bailarinos, que também tocam instrumentos musicais, dispostos a encarar a areia, a água gelada... E os franceses se renderam mesmo, deitaram e rolaram, literalmente, na Praia da Aparecida.
Não dá para dizer que apresentaram algo de inovador, como foi o caso do queniano Opyo Okach, que levou à convivência do Sesc, no feriado de 15 de novembro, sua dança africana, tradicional e livre. A apresentação de Ex-Nihilo vale pelo lugar, pela entrega dos bailarinos à proposta de levar a dança para qualquer lugar e pela música também, principalmente, a tirada pelos próprios bailarinos da guitarra, da bateria e de sopros.
Os banhistas pararam para ver e gostaram. Ficou evidente que os bailarinos adoraram. No final do espetáculo, entraram de roupa e tudo no mar, acredito que, para celebrar o momento mágico de dançar à beira-mar.
Quero ver dança
Outro lugar que poderia ter sido melhor aproveitado é a Praça do Aquário. Explico: em Tempo de Espera, de Ana Andréa Arte Contemporânea, do Rio de Janeiro, poderia ter havido mais dança, para mostrar ao público que estava lá na tarde de sábado e para celebrar o sol que se abriu no momento da performance.
A música escolhida daria em vários trechos de um belo contemporâneo. Nos poucos momentos em que Ana Andréa e Renata Costa se movimentaram, ficou claro que as duas têm potencial para tanto.
Houve bons momentos de comédia e de interpretação. Mas dança mesmo, calculo que tomou só 10% da apresentação. Quem sabe em uma próxima?
Fernanda Mello
Jornalista e comentarista do blog da Bienal Sesc de Dança
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