O que salta aos olhos nesta quinta edição da Bienal Sesc de Dança é a proximidade do bailarino com o público. Se no formato tradicional de palco de frente para a platéia, os dois ficavam separados por uma parede invisível, onde público não vê os olhos do bailarino, detalhes de suas expressões e de corpo em movimento; agora, com as performances em espaços públicos, onde bailarino e público estão quase que lado a lado, esta proximidade, boa para que a platéia veja e sinta o bailarino de uma forma mais intensa, deixa também ambos mais frágeis.
Em dois espetáculos, um na Praça Mauá e outro na porta da Bolsa do Café, o público fez interferências na performance dos bailarinos. Nos dois casos, os artistas seguiram adiante, sem, contudo, notarem a presença dos 'invasores' e serem influenciados de alguma forma por ela.
E o público também está exposto, porque, geralmente, essas performances são interativas, ou seja, o artista pega pessoas da platéia e as coloca na sua apresentação. Sempre tem os que curtem a idéia, e os que fogem da apresentação, como diabo da cruz.
Não posso afirmar o que é melhor para o bailarino, para a arte e para o público, nem mesmo comparar a dança no palco ou na rua, mas, do que presenciei e ouvi dos participantes da Bienal Sesc de Dança, posso concluir que bailarino e público compõem um duo muito delicado.
Fernanda Mello
Jornalista e comentarista do blog da Bienal Sesc de Dança
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