Em um passada pelas performances da tarde de hoje no Centro Histórico, senti falta de um detalhe: a música! Concordo que momentos de silêncio, até mesmo na dança, têm seu sentido, e que podem dizer tanto quanto uma canção. Em Fragmentos entre Cortes no Espaço, com Daphne Madeira e Fernando Alves Pinto, apresentado na Bolsa do Café, o bailarino cantou o trecho de uma música e tirou o som de um serrote! Uma tentativa de se fazer música de uma forma não-convencional.Particularmente, não gosto de performances sem música. Para mim, dança tem que ter música, seja ela qual for. O público geral gosta de ouvir o som, este, inclusive, chama a atenção para o bailarino, e para o movimento. Afinal, música contagia. Sem querer, mal se ouve uma música, os pés já começam a bater no chão, ritmados, em um movimento natural.Acho que os bailarinos e coreógrafos têm todo o direito de deixar a criatividade correr solta no momento de suas criações, mas, e o público, ninguém pensa nele?Movimento puro sem música não é para qualquer um. Até quem gosta de dança, pode cansar rápido. Que dirá um leigo, que pode estar se deparando pela primeira vez com a dança contemporânea.Será que vai se conseguir formar público apresentando performances sem música? Jogo a pergunta, na expectativa de ouvir muitas respostas!
Fernanda Mello
jornalista e comentarista da quinta edição da Bienal Sesc de Dança
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